Quando se fala de empreendedorismo social, estamos falando de pessoas que através de projetos e ideias, fazem a diferença para a comunidade. É o caso da jovem Thalía Polyphemo, 26 anos, caiçara de Paraty, que é Professora de Ballet Clássico e Bacharela em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Nacional de Direito da UFRJ.
Em 2022, Thalía decidiu abrir um projeto social, chamado “Ballet para Todos Paraty”, com a intenção de auxiliar crianças autistas em seus tratamentos através da DançaTerapia.
Nesses quase 02 anos, o Projeto acontece em parceria com o Colégio PLANTE, onde o colégio cede o espaço para as aulas acontecerem.
Thalía é fundadora, idealizadora, administradora e professora do projeto, que conta com apenas uma assistente em sala de aula que é a Tia Maria Alice e a ajuda de sua mãe Emercia para recepcionar os pais dos alunos.
O Projeto não possui nenhum apoio político, se mantém apenas com dois patrocinadores privados da cidade e se mantém com rifas e uma taxa colaborativa simbólica.
O Projeto se tornou uma Rede de Ballet Clássico Social que mais cresce na Costa Verde e na cidade de Paraty, sendo ampliado para os bairros da Zona Rural e já esteve até em uma Comunidade Tradicional Caiçara. Passou pela comunidade tradicional Caiçara de Trindade através da associação AMOT, onde as crianças tiveram o seu primeiro contato com a dança. Atualmente o projeto tem sua sede na cidade e atende 03 bairros da Zona Rural sendo Barra Grande, Condado e Pantanal.
Thalía é bailarina desde os 08 anos de idade. Fez seu curso de capacitação profissional em Ballet Clássico pelo Sindicato dos Profissionais da Dança e tirou seu DRT, vendendo rifas e viajava todo final de semana para o Rio de Janeiro para fazer o curso, uma viagem de 05 horas de ônibus, ficando acolhida na casa de amigos.
Thalía foi professora de Ballet Clássico durante 02 anos da Polícia Militar da 1° UPP do Frade em Angra dos Reis. Neste ano, foi aprovada para a Pós-graduação em Ensino de Dança Clássica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e é a primeira professora de Ballet de Paraty a ser aluna de pós-graduação do Theatro Municipal.
Ela ressalta que: “É importante fomentar a cultura e a arte nas zonas rurais e costeiras da cidade, levar esse acesso até essas crianças que não possuem a oportunidade de vir até a cidade para fazer as aulas. Eu vim de um projeto social, e hoje tenho um Projeto Social e sei que daqui irá sair novos professores e bailarinos, pois a dança é a minha primeira profissão e poderá ser a profissão de uma adolescente de 16 anos por exemplo, pois com 16 anos já pode tirar o seu registro profissional. Ou seja, um adolescente já poderá ingressar no mercado de trabalho tendo uma profissão. Nesses quase dois anos de projeto, pude vê a evolução de algumas alunas atípicas, através da DançaTerapia, como o desfralde e a evolução na fala.”
O Projeto está firmando parceria com um Studio de Pilates para atender alunas que necessitem deste atendimento, além de uma parceria com o Colégio PLANTE de ofertar aulas de reforço escolar para as bailarinas que precisam deste auxílio.
O Projeto atende na sede da cidade cerca de 130 alunas e em cada bairro cerca de 25 a 35 alunas.
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