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21/11/2024 11:00
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A origem do dia de São Sebastião, padroeiro católico do Rio

Reprodução de matéria do Gazeta do Rio

Quem foi São Sebastião e o porquê dele ser considerado padroeiro católico do Rio?

São dois casos: Primeiro o santo e segundo, o Rei. Vamos lá. O São Sebastião é originário de Narbonne e foi um mártir e santo cristão, morto durante a perseguição levada a cabo pelo imperador romano Diocleciano.

Sebastião era um soldado que teria se alistado no exército romano por volta de 283 com a única intenção de afirmar o coração dos cristãos, enfraquecido diante das torturas. Era querido dos imperadores Diocleciano e Maximiano, que o queriam sempre próximo, ignorando tratar-se de um cristão e, por isso, o designaram capitão da sua guarda pessoal, a Guarda Pretoriana.

Por volta de 286, a sua conduta branda para com os prisioneiros cristãos levou o imperador a julgá-lo sumariamente como traidor, tendo ordenado a sua execução por meio de flechas (que se tornaram símbolo constante na sua iconografia). Foi dado como morto e atirado em um rio, porém, Sebastião não havia falecido.

Encontrado e socorrido por Irene (Santa Irene), apresentou-se novamente diante de Diocleciano, que ordenou então que ele fosse espancado até a morte. Seu corpo foi jogado no esgoto público de Roma. Luciana (Santa Luciana, cujo dia é comemorado a 30 de Junho) resgatou seu corpo, limpou-o, e sepultou-o nas catacumbas

O fato ocorreu no dia 20 de janeiro de 288.

Fundação da cidade e o Rei

O dia 20/01 foi escolhido para homenagear o santo católico, considerado protetor das vítimas da fome, das pestes e da guerra. Fundador da Cidade Maravilhosa, Estácio de Sá, em 1565, decidiu homenagear o rei de Portugal Dom Sebastião, batizando-a de ”São Sebastião do Rio de Janeiro”, após uma série de acontecimentos que permitiram que ele pudesse batizar a cidade assim.

Reza a lenda que, na batalha final que expulsou os franceses que ocupavam o Rio, São Sebastião foi visto de espada na mão entre os portugueses, mamelucos e índios, lutando contra os franceses calvinistas.

Além disso, o dia da batalha coincidiu com o dia da morte do santo

Nas tradições de afro-brasileiras, a entidade Oxóssi na Umbanda é sincretizado como São Sebastião. Oxóssi é uma grande entidade das florestas e das relações entre o reino animal e vegetal. Grande caçador, comumente é representado nas florestas caçando com seu arco e flecha

Primeira Igreja

Ao Santo foi consagrada a primeira capela católica do Rio: uma igrejinha de taipa, coberta de sapé que Estácio se apressou em mandar levantar no primeiro sítio da cidade, ao sopé do Pão de Açúcar. Era a matriz, incipiente. E nela foi sepultado, de início, o próprio fundador. Transferida a cidade para o Morro do Descanso, que depois se chamou do Castelo, um dos primeiros cuidados de Salvador de Sá foi ali erguer a Igreja do Padroeiro, a Sé Velha, para onde foram trasladados os restos mortais de Estácio de Sá, hoje repousando na nova igreja de São Sebastião, sob a guarda dos Barbadinhos, na Rua Haddock Lobo, na Tijuca

Comemorações na cidade

No período colonial e da monarquia, ”a festa de São Sebastião era celebrada com vibrante entusiasmo em que as comemorações oficiais se aliavam às manifestações populares. Salvas das fortalezas e dos navios, parada de tropas em grande gala, cerimônias religiosas com missa solene e sermão adequado, repiques de sinos, foguetório, janelas ajaezadas de colchas de damasco e tapetes do oriente, luminárias em todas as casas, danças populares em plena rua. Os festejos estendiam-se ao mar onde se efetuava um combate simulado, com fogos de artifício, entre dois grupos de embarcações, para rememorar a famosa batalha das canoas em que, segundo a lenda, o Santo em pessoa tomara parte, descendo à terra, vindo combater ao lado de seus devotos, na defesa da sua cidade. Com a vinda para o Rio de Dom João VI, rei beato por excelência, os festejos religiosos e oficiais adquiriram ainda maior pompa e brilho, iniciando-se na noite de 17 de janeiro”.

A festa chegou a ter sua comemoração interrompida em 1964 por ordem do governador Negrão de Lima, retornando em 1965

Fontes: ”Literatura & Rio de Janeiro”, Diário do Rio, O Globo


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