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21/09/2024 17:13
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Cientista político da UFF não descarta segundo turno na disputa pela prefeitura de Niterói


Para o especialista Marcio Malta, os dois campos progressistas da cidade, divididos entre Talíria Petrone (PSOL) e Rodrigo Neves (PDT), podem pleitear a vaga

Faltam poucos dias para as eleições municipais e, apesar das pesquisas serem importantes e relevantes para informação pública, vencedores e turnos só serão confirmados em 6 de outubro. Para o doutor em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Marcio Malta, seria “saudável” e há chances de Niterói ter segundo turno.

“Segundo pesquisas, há um favoritismo para que Rodrigo Neves vença as eleições. A grande questão é de quanto seria essa vantagem? Parecia ser ampla, mas não havia começado as campanhas de seus opositores. Temos dois opositores principais: Carlos Jordy (PL) e Talíria Petrone (PSOL). Jordy representa o bolsonarismo com o apoio declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas a rejeição desse candidato é muito alta. Flavio Serafini, candidato do PSOL, ficou em segundo lugar na última eleição. E, nas eleições presidenciais, Bolsonaro foi derrotado em Niterói. Já Talíria Petrone vem de uma carreira em ascensão e tem crescido em termos de visibilidade de campanha, que é uma adesão espontânea das pessoas”, analisa Marcio Malta.

Niterói foi a única cidade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve a maioria dos votos, com 51,21%. E Talíria Petrone foi a deputada federal de esquerda mais votada pelo estado do Rio, com quase 200 mil votos em 2022.

“Jordy fica restrito a uma bolha. É uma candidatura do extremo. Por mais que ele tenha se comportado, nessa disputa, de maneira mais polida e civilizada do que em momentos anteriores, existe uma rejeição alta que impediria ele crescesse. Ao passo que Talíria Petrone pode crescer com voto de eleitor aberto ao debate e também pode tirar votos de Rodrigo Neves, que não apoiou o presidente Lula”, explica o especialista.

Em 2016, Rodrigo Neves foi um dos primeiros a sair do Partido dos Trabalhadores (PT), legenda do presidente Lula, e não apoiou a presidenta Dilma Rousseff durante o seu processo de impeachment. Sete anos depois, Dilma foi inocentada pela Justiça e a decisão reforçou a tese de que a destituição de seu cargo foi golpe de Estado.

“Rodrigo Neves é visto com certa ressalva pelo presidente e pela esquerda como Quaquá, Manuela D’Ávila e o próprio Chico Buarque. Não podemos nos furtar de debater a possibilidade de haver segundo turno. É perigoso o Jordy ir, porque seria um retrocesso muito grande para a cidade. A campanha de Rodrigo Neves tem orientado a resolver logo ‘isso’ no primeiro turno, o que poderia prejudicar a campanha de Talíria Petrone. A Talíria é um nome de projeção nacional, bastante reconhecida e conhecida na cidade. Eu acredito, como cientista político, que seria saudável um segundo turno porque pode ser uma chance a mais de debatermos concepções, modelos de cidade. Então, Talíria Petrone indo para o segundo turno seria uma oportunidade de enriquecimento do debate público”, acredita Malta.

Marcio Malta é doutor em Ciência Política e professor do curso de graduação em Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (Inest/Uff), da Pós-graduação em Estudos Estratégicos da Defesa e Segurança (PPGEST/Uff). É pesquisador do Inct-Ineac e cartunista.

Instituto Gerp

Pesquisas de intenção de voto são essenciais para a democracia e não podem ser canceladas. Segundo Lara Mesquita, pesquisadora associada no Centro de Política e Economia do Setor Público (FGV Cepesp), doutora em Ciência Política pelo IESP-UERJ, “proibir a divulgação de pesquisas só deixaria o eleitor mais desinformado e suscetível a informações enviesadas de candidatos/campanhas com maior poder de alcance público. Já que pesquisas internas continuariam sendo realizadas”.

No entanto, algumas pesquisas devem ser questionadas devido ao seu histórico e suas incoerências. É o caso das publicações do Gerp em Niterói. Desde a pré-campanha na cidade, a pesquisa eleitoral do instituto aponta Rodrigo Neves (PDT) na liderança.

“Em 2016, o Gerp disse que a eleição acabaria no 1° turno e apontava Flavio Serafini (PSOL) com 9% das intenções de voto. Nas urnas, ele fez mais que o dobro. Em 2020, o Gerp deu Flavio em 4° lugar e ele ficou em 2°. Parece ser uma estratégia do mesmo grupo político que domina a cidade há 12 anos. O Gerp sempre colocou Rodrigo Neves e Axel Grael na liderança, mas não é o que acontece de fato nas urnas. Isso prejudica a campanha de todos os candidatos e não mostra a mesma temperatura que sentimos nas ruas”, afirma Talíria Petrone.

A última pesquisa do Gerp, divulgada na segunda-feira (16), aponta o pedetista como vencedor no primeiro turno. No entanto, na terça (17), o MP suspendeu a pesquisa que dava vitória ao ex-prefeito por suspeita de irregularidades. 


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