Morreu nesta sexta-feira (23), aos 90 anos, Maria Mercedes Chaves Roy, mais conhecida como Maria Lata D’Água. Considerada um ícone do Carnaval do Rio, a lendária ex-passista, que era missionária da comunidade Católica Canção Nova, estava internada desde o início do ano, em um hospital em Cruzeiro, no interior de São Paulo, com complicações próprias da idade.
Nascida em Minas Gerais, Maria ficou famosa por desfilar durante 45 anos no Carnaval, passando por Salgueiro, Beija-Flor e Portela, escola com a qual mais se identificava. Ela também foi a inspiração para marchinha “Lata d’água na cabeça”, composta por Luís Antônio e Jota Júnior em 1952. Lançada pela cantora Marlene, a música, que também foi gravada por Elza Soares, é até hoje uma das marchinhas mais cantadas de todos os tempos.
No fim da década de 1980, durante um retiro espiritual no Maracanãzinho, “ouviu o chamado de Deus”, como classificou anos mais tarde e deixou o Carnaval. “Lá, dei meu primeiro testemunho, e Deus me chamou naquele momento. Abandonei tudo, não saio mais no carnaval. Eu me senti tocada pelo amor e vim para a Canção Nova fazer o caminho. Não me arrependo”, disse a ex-passista em uma entrevista realizada em 2018.
Em 2004, aos 70 anos, tornou-se missionária e passou a viver em Cachoeira Paulista (SP). Em 2017, lançou a autobiografia “Lata D’água na cabeça – Da Passarela ao Sacrário”, em que revelou curiosidades de sua trajetória, como a época em que foi prostituta.
Lenda
O apelido veio na juventude, quando, aos 18 anos, desfilou pela primeira vez com uma lata cheia de água (20 litros) em cima da cabeça.
Em nota, a diretoria da Portela manifestou pesar: “(…) Que Deus a receba de braços abertos. O presidente da Portela, Fábio Pavão, o vice-presidente, Junior Escafura, a diretora da ala de passistas, Nilce Fran, e toda a família portelense lamentam a morte de Maria Lata D’Água e se solidarizam com familiares e amigos.”
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